quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Reencontro.

- Senhora, sua passagem, por favor!
Desculpei-me pela distração e entreguei o papel um pouco amassado. Estava encantada demais olhando pela janela do ônibus minha vida retroceder. Sim, em cada rua que passava via-me uma menina que não sabia o que esperar da vida, vendo o tempo passar. Anos depois retornei ao ponto de partida, tudo tão nostálgico.
Desci no ponto em frente à escola que fiz o ensino fundamental e parei para observar os jovens animados que saíam da escola. À medida que caminhava em direção a casa de meus pais reconhecia alguns rostos, mas ninguém que de fato chamasse minha atenção.

Distraidamente e absorta com as melancolias que me cercavam atravessei a rua e um carro freou em cima de mim. O rapaz, atencioso saiu carro para se certificar que eu estava bem e assim que nossos olhares se cruzaram meu coração parou. A avenida parou. Ele sorriu e suspirou aliviado, coincidentemente eu também. Não porque ele não havia me atropelado e por eu estar bem, nosso alívio foi saber que o destino finalmente estaria cumprindo sua promessa, fez com que a brisa nos arrastasse até aquele lugar mágico, onde tudo começou, onde tudo provavelmente terminaria. Dessa vez, terminaria bem.

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