A vida é como um círculo. Não importa quantas vezes
se refaça o caminho, se continuar na mesma direção irá voltar de onde saiu.
A era dos Coller havia se
encerrado ali, abaixo de sete palmos de terra juntamente com segredos sombrios,
mentiras e omissões. A família estava toda reunida em volta do túmulo e vovó Dorah
já bem velhinha pronunciou as palavras finais para tudo aquilo que poderia se
chamar de massacre tivesse um fim definitivo: “Aqui jaz Maylon Coller, traiçoeiro
e perverso que desuniu e desonrou nossa família. O inferno será sua morada
eterna”.
Margh observava a cena de
longe, aquela confusão tinha ido longe demais. Olhou para seu filho mais novo,
o pequeno Harry de apenas quatro anos de idade e sentiu-se aliviada por tê-lo
de volta novamente.
Debruçada no volante
lembrou-se dos acontecimentos que estontearam sua mente e a agoniou em apenas três dias.
Não se sentiu nem um pouco
arrependida por ter ficado tanto tempo longe daquele ninho de cobras, desde
aquela noite em que sumiu pelas vielas escuras em Washington ficou vinte anos
incomunicável com a família. Mas, se você fugir de um Coller, eles te encontram
e acabam com a raça de quem é considerado covarde. E isso é que Margh era uma
covarde que fugiu sem mais explicações.
Mudou-se para Nova York e lá
conheceu Peterson, o estelionatário e agiota mais rico de todos os EUA. Casou-se
e teve três filhos: Janne, Jonah e o pequeno Harry. De todos, Harry era o mais
afeiçoado à mãe. Janne, a filha mais velha, com quinze anos saiu de casa para
morar com o namorado traficante. Jonah, com apenas doze já era viciado em crack
e virava noites nas ruas a procura de farra. Peterson não ligava Margh
tampouco, não os culpava sabia que fazia parte do DNA deles seguirem por
caminhos obscuros.Mas com Harry era diferente, ela sabia que tinha uma conexão
muito grande com ele e que pelos seus lindos olhinhos dava para notar que ele não
seria como o resto de sua família.
Todas as tardes, Margh
levava o pequeno Harry para brincar no parque e alimentar os peixes, era a única
gestação que rendera um bom fruto. O menino encantava a todos e lembrava a
infância de Margh antes de conhecer suas raízes.
Em uma tarde qualquer
ensolarada, como de costume estava entediada enquanto o filho brincava
calorosamente. Odiava programas rotineiros, mas seu pequeno se sentia bem, e
bom, gostava de ver seu sorriso.
Olhando rapidamente para a
lanchonete do outro lado da rua reconheceu uma feição do passado. Adrian. Era
ele! Jamais se esqueceria de suas feições.
Pegou Harry pelo braço e
atravessou a rua enquanto o garoto pestanejava que queria brincar mais.
Pigarreou.
-Adrian?
-Oh, Marta!
-Por favor, meu nome é
Margh.
-Porque fugiu de mim aquela
noite? Nunca lhe esqueci...
-Outra hora explico com mais
calma. Como está?
-Ótimo, e você?
-Estou bem! Está aqui a
passeio?
-Não, vim a negócios. –
Assim que olhou para baixo viu um pequeno garotinho de cabelos enrolados cor de
mel e os olhos mais azuis que alguém poderia ter. – Quem é esse garotinho?
-Harry, meu filho.
-Não se parece em nada com
você.
“Ainda bem”, pensou, mas não
disse.
-Não mesmo.
-Hei garotão, que tal um
sorvete?
-Só se você brincar comigo
depois – Disse e sorriu sem os dois dentes da frente.
-Mas é claro que eu topo.
Enquanto os dois se
divertiam Margh os observava e parecia que se conheciam desde sempre. Em um dia
Harry ganhou um pai que nunca teve. Aliás, Peterson nunca estava presente na
vida de ninguém era ausente e isso a levava a ter aventuras amorosas por aí,
enquanto ele dava duro para ficar cada vez mais milionário. Tinha absoluta
certeza de que ele não era o pai de seu caçula, mas o difícil era descobrir
qual dentre todos os amigos da família, desconhecidos e pretendentes era o
verdadeiro pai.
Enrubesceu ao se imaginar
com Adrian novamente e estava deixando seu desejo bem explícito cada vez que
ele a olhava. Mas, ele desviava o olhar, parecia evitá-la e ela não entendia
muito bem o motivo daquilo.
Adrian ofereceu uma carona
para Margh e assim que chegaram em frente ao seu prédio ela mandou Harry subir.
-Quer sair comigo hoje à
noite?
-Sou casado.
-Eu também...
-É errado!
-E dai? É só para relembrar
os velhos tempos.
-Desculpe, minha mulher está
grávida e não tenho intenção alguma de traí-la.
-Eu sou paciente. – Deu-lhe
um beijo no pescoço e saiu do carro.
-Margh?
-Já mudou de ideia?
-Não, só queria te pedir se
posso passear com Harry amanhã.
-Ah, claro! Até mais. – Deu uma
piscadela e entrou enquanto ele a fitava com um olhar de curiosidade.
Na manhã seguinte Harry já
havia pulado da cama cedo. Era o período de férias escolares e ele ficou
animado ao saber que iria passear com seu novo amigo. Às 15h30 Adrian bateu na
porta e em seguida estava com o pequeno no colo em direção a saída do prédio.
Seria mais um dia normal se
isso não tivesse acontecido...
Às 22h Margh estava aos
prantos na delegacia sem saber explicar como tudo realmente aconteceu. “Harry
ainda não chegou em casa” Gritava em vão, os policiais insistiam em lhe dizer
que só é caso de seqüestro após 24horas. “Mas ele só tem quatro anos” O tom de
sua voz ficava mais agudo. Afirmava que Adrian tinha o seqüestrado, mas não
conseguia se lembrar de seu sobrenome além de não haver testemunhas e muito
menos provas de que ele realmente tinha cometido o seqüestro. Desde a hora que
saíram não voltaram e isso afligia Margh por ter confiado no assassino de seus
pais. “Talvez Mike tivesse certo o tempo todo e eu fui uma covarde”.
Como não obteria ajuda
nenhuma, resolveu recuperar seu filho com suas próprias mãos.
Pegou seu carro e foi para
Washington, onde tudo começou e onde tudo teria um fim a partir daquele
momento.
Só a partir daquele momento
se deu conta que pela primeira vez na vida amava alguém de verdade. Estava
chorando, não conseguia se imaginar sem seu filho, se algo acontecesse com ele
ela jamais se perdoaria.
Washington era grande, mas
encontraria casa de Adrian nem que ficasse dias e dias vagando. Mas, precisaria
de abrigo e o único refúgio era a casa dos Coller, e eles com certeza saberiam
que ela está pelas redondezas.
Não sabia como conseguiu
dirigir até lá, mas criou coragem e foi até a mata onde residia sua família. Um
lugar escondido que parecia mais uma mansão mal assombrada.
Bateu na porta e um jovem a
atendeu.
-Mike, é você?
-Não irmã, sou Maylon, não
se lembra de mim?
-Caramba, você cresceu, e
olhe, você fala!
Riram e se abraçaram.
-Onde está Mike?
-Foi preso por tráfico de
drogas.
-E cadê o resto da família?
-Muitos se casaram e moram
pelas redondezas. Rony e Neville ainda continuam por aqui, alguns primos também.
-E a vovó?
-Está firme e forte. A família
se distanciou um pouco, mas ainda continuamos na ativa!Então, o que a trás até
aqui?
-Preciso da ajuda de vocês...
Adrian seqüestrou Harry e preciso saber onde ele mora para acabar com a raça
daquele patife.
-Quem é Harry?
-Meu filho mais novo, de
apenas quatro anos.
-Pode deixar que me informarei
sobre onde ele mora.
-Obrigada.
-De nada, ainda bem que
reconheceu que já passou da hora de você acabar com ele.
-Verdade... Posso ficar aqui
enquanto resolvo essa história?
-Mas é claro, a casa é sua.
Enquanto esperava por uma
resposta de Maylon reencontrou o resto da família e percebeu que muitos
aparentavam ter medo dele, muitos o evitavam e saíam de seu caminho enquanto
ele passava. “Estranho” pensou, mas o jeito dele era de arrepiar a qualquer um
mesmo.
-Margh?
-Sim Maylon?
-Consegui. Aqui está o
endereço, e ah, ele é casado.
-Estou sabendo... Obrigada,
vou agora, não agüento mais ficar nessa agonia.
Pegou o carro e acelerou o
máximo que pôde no endereço anotado em um pedaço de papel amassado. Chegando lá,
pôde notar que ele era bem de vida e que também tinha herdado a casa de seu
pai. Não quis ser delegado e nem assumir a delegacia assim como ele, preferiu
seguir o ramo da advocacia.
No papel, não estava somente
o endereço de sua casa, mas também o seu escritório e achou mais cabível ir até
lá para que ele pudesse ter uma conversinha em particular com seu calibre 38
que infelizmente não o acertou naquele dia.
Passou direto pela secretária
e nem se pronunciou, foi logo abrindo a porta e ele se surpreendeu, estava no
telefone.
-O que você fez com meu
filho?
-O que eu fiz? Deixei na
porta de sua casa.
-Não deixou, ele desapareceu
e não tenho sinal dele.
-Mas eu deixei. Recebi um
telefonema e tive que voltar às pressas. Falaram que minha esposa tinha sofrido
um acidente e eu tenho um filho pequeno, desnorteado o deixei na porta de seu
prédio e mandei-o subir, pois eu tinha que voltar para casa.
-Mentiroso! Diga aonde você
o levou?
-Estou dizendo a verdade.
-Então cadê sua mulher, está
no hospital?
-não, está em casa. O estranho é que
assim que cheguei em casa percebi que era um trote e que ela estava
perfeitamente bem.
-Está vendo? Porque você fez
isso comigo? Eu sabia que era para ter te matado naquela noite!
-O quê?
-É isso mesmo que acabou de
ouvir. Naquela época me aproximei de você no intuito de te matar. Por vingança.
Eu sou uma coller, e você matou meus pais. Meu sonho era conhecer minha mãe e
você me privou disso tudo.
-Eu não matei sua mãe,
somente seu pai. Estava tentando me proteger, ele estava prestes a atirar em
minha irmã que estava dormindo, foi instintivo, atirei para poupar a vida dela.
Sua mãe pulou a janela e fugiu.
-Existem provas de que os
dois estão mortos, Minha família sabe que eles morreram.
-Errado, naquela época, meu
pai queria me proteger, porque se todos soubessem que eu matei alguém iriam me
julgar então jogou o corpo de seu pai no lago e como nunca encontraram sua mãe,
deduziram que ela também estava morta.
-Eu só quero meu filho de
volta. Nada mais importa e eu sei que você é o culpado. Por tudo!
-A escolha foi totalmente
sua.
-Como sabe que foi tudo uma
questão de escolha?
-Não importa, eu fiquei anos
acreditando que você havia me protegido, que gostava de mim.
-Mas eu gostava, sempre
gostei, mas agora o que sinto de você é nojo.
Margh estava chorando
incessantemente e ele a acalmou.
-Hoje a noite vá a minha casa
porque conversaremos sobre isso minha esposa está viajando. Prometo que irei
ajudá-la a resolver essa situação.
-Tudo bem...
Saiu do escritório
cabisbaixa e pensativa. Não estava convencida por Adrian, sabia exatamente o
que fazer naquela noite de quinta-feira.
O que lhe incomodava era o
fato de sua mãe estar viva e nunca ninguém ter a encontrado ou sequer sabido
dessa alegação. Mas, isso é um outro assunto que agora não tem tanta importância.
Assim que chegou em casa,
Maylon estava bastante inquieto e não a dirigiu a palavra. Parecia aflito
procurando por algo que perdeu. Quando Neville perguntou o que ele tinha, em um
ataque de histeria ele jogou a cadeira contra a parede, desmontando-a por
completo.
O clima naquela casa estava
bem pesado e a harmonia da família estava afetada. Mas, ela não ligava só
queria ter seu filho de volta. Já era noite e saiu de casa sem dar explicações.
Chegou lá, com um plano
arquitetado em sua mente. Daquela vez não ia fraquejar. Mas, se o matasse como
ia saber onde está seu filho? Parece que alguém respondeu sua pergunta no mesmo
tempo em que viu um papel no vidro de seu carro. Uma carta anônima que dizia o
seguinte:
“Margh,
Seu filho está no seleiro, aquele em que se encontrou
com Adrian pela primeira vez. Mate-o e chegue a tempo ele tem planos para você e
se não matá-lo o prejudicado será seu filho.
Anônimo.”
Essa era a resposta que
precisava. Sem empecilhos poderia enfim terminar o que iniciou.
Tocou a campainha, ele cumprimentou-a
cordialmente enquanto ela sorria com seus olhos brilhando. Estava possessa de ódio.
Ele a convidou para
sentar-se e ela foi logo se adiantando:
-Não vim aqui tratar sobre a
história do meu filho. Eu quero você.
-Mas somos casados...
-Se você disser que não me
deseja é mentira, percebo pelo jeito que me olha.
-Mas eu não posso...
-shiu. Se deixe envolver
pelo momento. – Ela foi beijando seu pescoço, e subindo até a boca. Ele não conseguiu
se conter e beijou-a. No auge da excitação ele a carregou para o quarto e se
despiram. “Está chegando sua hora Adian” pensou e assim que ele estava
completamente nu vendou seus olhos e ele estava gostando da brincadeira. Enquanto
ela beijava as partes mais íntimas de seu corpo ele suplicava para que ela
continuasse.
Nesse instante, pegou a faca
que trouxe em sua bolsa e passou-a lentamente por seu abdômen.
-Hei o que está fazendo? Está
me machucando.
-Essa é a intenção. – E cravou
a faca no meio de seu peito e em seguida em várias partes de seu corpo, até que
sangue respingava por sua face.
Vestiu-se, e friamente
limpou todos os vestígios dele em seu corpo.
Ele ficou um tempo
agonizando, mas quando ela estava prestes a sair atirou para certificar-se que
não haveria erros. Ele arfou e fechou os olhos para sempre.
Dirigiu em alta velocidade
para o seleiro mal acreditando que estaria prestes a encontrar seu filho. Mas,
não fora isso que encontrou assim que chegou lá.
-Boa noite irmã, demorou hein!
Espero que tenha feito um belo trabalho desta vez. Mike ficaria até orgulhoso
se estivesse aqui.
-Maylon? – Espantou-se ao
ver que todos os parentes que moravam na casa estavam sendo feitos de refém. Inclusive
Rony e Neville que eram dois grandalhões.
-Cale a boca e vá para lá. –
Disse apontando uma arma para ela.
Quando ela estava prestes a
sacar sua arma alguém a segurou por trás.
-Cuidado mocinha, não ouse
desobedecer à mamãe.
O espanto não fora só de
Margh, todos olhavam incrédulos para uma mulher já madura, porém muito bem
cuidada.
-Alguém pode me explicar o
que está havendo aqui?
-Claro maninha, eu sempre
soube que a mamãe não tinha morrido, eu estava com ela no dia do assalto, mas nós
ouvimos uma coisa muito interessante que não poderíamos deixar de ouvir o Sr. Shoustter dizer a sua mulher que
tinha um tesouro que os Coller não poderiam saber nunca, e que era primordial
que
Adan soubesse somente no dia de seu testamento. Minha mãe de longe foi me orientando e desde o dia em que foi embora, passamos a vigiar seus passos, saber de tudo sobre sua vida e então bolamos uma tática infalível para que você matasse Adrian por dois crimes.
Adan soubesse somente no dia de seu testamento. Minha mãe de longe foi me orientando e desde o dia em que foi embora, passamos a vigiar seus passos, saber de tudo sobre sua vida e então bolamos uma tática infalível para que você matasse Adrian por dois crimes.
Antonnia, sua mãe prosseguiu:
-O que ninguém sabe é que naquela noite o jovem não matou ninguém. Fui
eu. Escondi-me e na mesma hora que o garoto ia atirar fui mais rápida do que
ele. Não foi difícil te rastrear e saber que você havia se apegado àquele
bastardo e armamos para que acreditasse que o tolinho havia seqüestrado seu
filho. Mas ele está bem aqui, esse moleque impetulante que não nos respeitou um
minuto sequer.
Maylon tomou a palavra, pareciam que tinham passado horas ensaiando o
que dizer:
-Eu ia devolver seu filhinho assim que o matasse, pois se Adrian
estivesse morto ele não saberia do testamento, e sua irmã deixou bem claro que
não quer riqueza nenhuma daquela família. Somente nós sabemos e eu tinha um
mapa onde estava tudo escondido. Aí é que está o problema. Roubaram esse mapa e
eu vou descobrir quem, seus bichos covardes. Enquanto eu não achar meu tesouro
vocês irão apodrecer aqui.
-Seu tesouro?
-Meu, eu que tive todo o trabalho de deixar tudo na perfeita ordem
enquanto você só me mandava.
-Não importa, eu quero saber da parte de meu tesouro.
-Hei!
Vovó Dorah deu um grito e todos os olhares se voltaram para ela.
-Deixe-nos ir embora, não temos nada haver com isso. Quem não garante
Maylon que sua mãe pegou o mapa de você, afinal nós não sabíamos a respeito
desse mapa. Espanta-me você, minha filha que sempre foi tão discreta e
respeitosa enganar a todos por ganância. Ele pode muito bem ter escondido de
você. São farinhas do mesmo saco mesmo.
Não tardou até que os dois começaram a brigar, mãe e filho por uma mesma
causa, mesmos interesses, porém com a ganância falando mais lato.
O conflito foi fazendo todos os parentes se dispersarem. Enlouquecido,
Maylon atirou para todos os cantos, deixando primos baleados caídos pelo chão.
Margh e Dorah se esconderam e ficaram intactas enquanto assistiam a luta. O
seleiro ficou todo destruído, dava para ouvir os tiros de longe e vizinhos
preocupados ligaram para a delegacia que já estava a caminho.
Quando ouviu a sirene, Antonnia atirou em seu próprio filho matando-o
sem piedade. Só que foi pega em flagrante e presa no mesmo momento prometendo
para si mesma que ainda seria dona do tesouro.
Margh procurava por seu filho, mas não o encontrou. Ouviu então um
barulho do velho armário se abrindo e eis que viu seu filho saindo
sorrateiramente e indo ao seu encontro.
Aquele pesadelo havia terminado e no dia seguinte iria embora. Não
queria se lembrar, não queria pensar que tudo foi em vão, que matou um inocente
por ganância de sua própria mãe que matou seu cúmplice e filho. Voltou para o
ponto de partida, e a pergunta foi: Valeu a pena ter mudado radicalmente por
alguém que não se importava com ela? Apesar de sua vida ter sido um erro, aprendeu
muitas coisas, inclusive a não se sacrificar ou mudar por ninguém. Mas estava
disposta a mudar, por ela mesma, para pôr um fim em sua vida de
arrependimentos, afinal, já está feito.
Assim que ouviu sua avó pronunciando as últimas palavras sobre Maylon se
perguntou se não era loucura essa história de tesouro e resolveu não ir a
frente com esse pensamento.
Entretanto, havia uma pessoa que sabia da existência do mapa e o possuía
escondido em seu bolso. Um garotinho muito jovem que encontrará além de um
tesouro seu destino. Esse garotinho chama-se: Harry Coller.